Espírito Santo

sábado, 28 de junho de 2014

Refletindo sobre o texto " O modelo dos modelos"



Refletindo sobre o texto “O modelo dos modelos
                                                             *Maria Margreth Freire





O autor Calvino, através do seu texto nos instiga a uma reflexão pertinente à luz do AEE (Atendimento Educacional Especializado). Pois sendo o AEE um serviço educacional especializado que visa promover a inclusão dos diferentes na escola regular, faz-se necessário concebermos um atendimento que abrange uma diversidade de sujeitos, que mesmo apresentando uma deficiência que em muitos casos são marcadas por características que rotulam o sujeito, está longe de se encaixar num modelo padrão observável. Dessa forma há de se ter o cuidado de termos um olhar sensível à nossa realidade, ou seja, aos contextos escolares. Revermos práticas pedagógicas excludentes que se apoiam em um modelo de aluno padrão (perfeito), sem limitações ou alguma deficiência, que deve se encaixar em um plano de ensino homogêneo, que em muitos casos não privilegia a diversidade.
 Remetendo-nos ao AEE, há de se evidenciar também o plano de atendimento desse aluno, que deve em primeiro lugar focar não a deficiência, mas um sujeito dotado de habilidades e limitações, que se oferecido recursos, podem ser superadas.






Esse olhar que respeita o todo do sujeito quebra paradigmas de impossibilidade, abre portas para a inclusão de todos, além de sensibilizar alunos e professores a respeitar as diferenças de cada um. Também oportuniza uma convivência harmônica entre os alunos, onde o trabalho colaborativo e a interação vencem as barreiras das deficiências e de todo e qualquer preconceito que a sociedade tem cultuado ao longo dos tempos na educação em nosso país.
O autor reflete que [...] A regra do senhor Palomar foi aos poucos se modificando: agora já desejava uma grande variedade de modelos, se possível transformáveis uns nos outros segundo um procedimento combinatório [...]
Pensando nisso, precisamos aprender que o desenvolvimento do ser humano não está condicionado a um único modelo prefixado de educação, ou estratégia de ensino, mas sim a uma educação que quando respeita a singularidade do sujeito se adéqua para atender as reais necessidades de cada um, permitindo que a diversidade e as diferenças ao invés de serem geradores de problemas, contribuem de forma significativa para o enfrentamento dos desafios impostos no processo de inclusão em nossas escolas.



terça-feira, 3 de junho de 2014

O Uso de Recursos de TA, como apoio no desenvolvimento de alunos com TGD




         ATIVIDADE PARA TRABALHAR COM ALUNOS QUE APRESENTAM TEA (Transtorno do Espectro Autista)


“Contação de histórias com uso de recursos de CA (Comunicação Alternativa)”


Público Alvo: aluno de 2º Ano, com TEA (Transtorno do Espectro Autista),ausência de comunicação verbal, com idade  de 07 anos.

Espaços de utilização: ( sala de aula comum , AEE e Biblioteca)  
                 


DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE






A atividade tem como objetivo possibilitar ao aluno com comprometimento ou ausência de comunicação, acompanhar a história através de recursos de TA de baixa tecnologia, responder ou fazer perguntas e recontar a sequência de acontecimentos. O professor utilizará recursos de comunicação alternativa tais como:

-Apresentação do livro e contação da história como auxílio de recursos de CA;
 - Uso de cartões com Símbolos pictográficos Picture Communications Simbols(PCS) elaborado como o auxílio do software Boardmaker;
-Fichas com nomes relacionados à história;
- Associação de brinquedos ao conteúdo do livro, como os bichinhos da história ou outros elementos;
- E/ou a construção de pranchas de comunicação relacionadas com a história.
-Cartões com cenas sequenciadas da história.
  Após a contação da história pelo professor, o mesmo utilizando prancha de comunicação ou cartões com símbolos solicitará que o aluno reconte utilizando os recursos de CA (Comunicação alternativa) e para isso ele fará perguntas relacionadas ao enredo. Pode pedir para fazer escolhas de respostas entre várias alternativas, respondendo com cartões, pranchas de comunicação, fichas com nomes ou brinquedos representativos. Outra intervenção que pode favorecer o desenvolvimento da comunicação do aluno é pedir para ele  sequenciar a história.



Referências Bibliográficas:
Acesso em : 03/06/2014

domingo, 20 de abril de 2014

DIFERENCIANDO SURDOCEGUEIRA DE DMU( DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA)






 DIFERENCIANDO SURDOCEGUEIRA DE DMU(Deficiência Múltipla)







Antes de fazermos uma análise sobre a diferença entre Surdocegueira e Deficiência Múltipla, se faz necessário compreendermos suas respectivas definições, visto que cada uma apresenta suas características específicas e necessidades únicas.
  Segundo Maia (2011), A surdocegueira é uma terminologia adotada mundialmente para se referir a pessoas que tem perdas visuais e auditivas concomitantes em graus diferentes, podendo ser:
a) Surdocego total;
b) Surdocego com surdez profunda associada com resíduo visual;
c) Surdocego com surdez moderada associada com resíduo visual;
d) Surdocego com surdez moderada ou leve com cegueira;
e) Surdocego com perdas leves, tanto auditivas quanto visuais.

  A autora destaca ainda que a surdocegueira pode também ser definida segundo o critério do período em que surge, podendo se classificar em:

a) Surdocegueira congênita: quando a criança nasce Surdocega ou adquire a surdocegueira nos primeiros anos de vida antes da aquisição de uma língua (português ou Libras – Língua Brasileira de Sinais). Um exemplo mais freqüente destes casos é a criança com sequelas da síndrome da rubéola congênita.

b) Surdocegueira adquirida: quando a pessoa ficou surdocega após a aquisição de uma língua, seja oral ou sinalizada. Os exemplos mais frequentes deste grupo são pessoas com Síndrome de Usher.
 Maia citando afirmações segundo o Grupo Brasil (2002)  este grupo de pessoas pode ser
:
1) Pessoas nascidas com audição e visão normal e que adquiriram
perdas totais ou parciais de visão e audição.
2) Pessoas com perda auditiva ou surdas congênitas com
deficiência visual adquirida.
3) Pessoas com perda visual ou cegas congênitas com deficiência
Auditiva adquirida.

  Conceituando Deficiência Múltipla, Ikonomidis afirma que é a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias(intelectual/ visual/auditiva/ física), com comprometimentos que acarretam consequências no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativas.


O QUE DIFERENCIA A SURDOCEGUEIRA DA DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA?

  De acordo com Maia (2011), a diferença é que  a pessoa que nasce com surdocegueira ou que fica surdocega não recebe as informações sobre o que está  a sua volta de maneira fidedigna, ela precisa da mediação de comunicação para poder receber, interpretar e conhecer o que lhe cerca e também  seu conhecimento do mundo se faz pelo uso dos canais sensoriais proximais como: tato, olfato, paladar, cinestésico, proprioceptivo e vestibular.
Enquanto na deficiência Múltipla ,mesmo que  não haja garantia que todas as informações muitas vezes cheguem para a pessoa de forma fidedigna, ela sempre terá o apoio de um dos canais distantes (visão e ou audição) como ponto de referência e  esses dois canais são responsáveis pela maioria dos conhecimentos que essas pessoas vão adquirindo ao longo da vida.

  NECESSIDADES BÁSICAS DESSES ALUNOS:

   Bosco, Mesquita et  e AL, quando tratam de educação numa perspectiva inclusiva dessas  pessoas apontam a necessidade de estarmos atentos a dois aspectos importantes: a comunicação e o posicionamento.

   Na comunicação as autoras evidenciam que todas as interações de comunicação e atividades de aprendizagem devem respeitar a individualidade e a dignidade de cada aluno com deficiência múltipla. Isto se refere a pessoas que possuem como característica a necessidade de ter alguém que possa mediar seu contato com o meio. Assim, ocorrerá o estabelecimento de códigos comunicativos entre o deficiente múltiplo e o receptor. Esse mediador terá a responsabilidade de ampliar o conhecimento do mundo ao redor dessa pessoa, visando a lhe proporcionar autonomia e independência.

E no posicionamento É indispensável uma boa adequação postural. Trata-se de colocar o aluno sentado na cadeira de rodas ou em uma cadeira comum ou, ainda, deitado de maneira confortável em sala de aula para que possa fazer uso de gestos ou movimentos com os quais tenham a intenção de comunicar-se e desfrutar das atividades propostas. Não se pode esquecer, por exemplo, que muitas vezes o campo visual do aluno ou mesmo sua acuidade visual poderão influenciar os movimentos posturais de sua cabeça, pois irá tentar buscar o melhor ângulo de visão, aproveitando seu resíduo visual, inclinando-
a ou levantando-a. Esses movimentos poderão sugerir que a pessoas não está na melhor posição. Isso, porém, é um engano, pois na verdade ela pode estar adequando sua postura.

 Também é importante favorecer o desenvolvimento do esquema corporal da pessoa com surdocegueira ou com deficiência múltipla é de extrema importância. Isso para que a pessoa possa se auto perceber e perceber o mundo exterior devemos buscar a sua verticalidade, o equilíbrio postural, a articulação e a harmonização de seus movimentos; a autonomia em deslocamentos e movimentos; o aperfeiçoamento das coordenações viso motora, motora global e fina; e o desenvolvimento da força muscular.

DICAS DE ESTRATEGIAS PARA AQUISIÇÃO DA COMUNICAÇÃO:
- Oferecer constante interação do aluno com o meio ambiente, estimulando contato com objetos, pessoas, com espaço sinalizado em diferentes linguagens, estimulando e antecipando as atividades. Para isso pode-se utilizar diversos sistemas de comunicação:
- Não alfabéticos: expressões naturais (sorrir, chorar, expressão facial, corporal, movimento corporal, apontar, enrijecer o corpo, movimentar os olhos, gestos naturais, sinais personalizados, objetos de referência e gestos contextuais).
-Alfabéticos:
Alfabeto manual tátil, escrita, livro de conversação, passaporte da comunicação,
Caderno da comunicação, objetos de referência, caixa de antecipação, sistema de calendários, .pranchas de comunicação, outros.(Maia, Serpa et  e al)

REFERÊNCIAS

Bosco, Ismênia Carolina Mota Gomes.A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar : surdocegueira e deficiência múltipla / Ismênia Carolina Mota Gomes Bosco, Sandra Regina Stanziani Higino Mesquita, Shirley Rodrigues Maia. - Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial ; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010.

Ikonomidis,  Vula Maria. Apostila sobre Deficiência Múltipla Sensorial. 

 Serpa, Ximena. Apostila sobre comunicação para pessoas com surdocegueira